Mulheres denunciam assédio em studio de tatuagem em Vitória
A tatuagem, para muitos, é para se marcar na pele uma lembrança, um desenho agradável, uma declaração. Mas, para algumas mulheres, esse simples procedimento se tornou angústia, terror e repulsa.
Após serem vítimas de abuso cometidos por um tatuador, em Vitória, elas agora precisam recorrer à ajuda psicológica para lidar com os traumas vividos.
As denúncias contra o profissional surgiram em janeiro, após uma jovem de 20 anos relatar em suas redes o abuso. A partir disso, novas mulheres se encorajaram e denunciaram o homem.
Uma delas foi uma auxiliar de escritório, de 27 anos, que preferiu não se identificar. O caso dela aconteceu em março de 2021.
“O que me fez denunciar agora foram alguns comentários maldosos, acusando a vítima. Isso me deixou com raiva, porque sei que ela não estava mentindo”, disse a mulher.
Ela relata que, no dia em que foi assediada, o acusado pediu que deitasse para fazer a tatuagem. Inicialmente, ela estranhou, pois o desenho seria feito no braço, mas o
homem argumentou que iria demorar e poderia cansar a coluna. “Não levei na maldade. Ele aproveitou que
eu estava com meu braço imóvel e passava minha mão nas partes íntimas dele. Achei que a culpa era minha e pedi desculpas.
Mas vi que não era eu quando ele travou a minha mão nas partes íntimas dele”, contou.
A vítima disse que sentiu medo de puxar o braço com força e machucar, já que o homem estava com a agulha no momento. Ela disse que ficou traumatizada.
“Eu não gosto quando elogiam a tatuagem no meu braço e também não gosto de ficar sozinha com homem. Não fiz outra tatuagem desde então, apesar de amar e querer”, disse a mulher. O advogado Filipe Carlos Maciel está acompanhando três mulheres que acusaram o tatuador e faz contato com outras duas vítimas, que ainda estão avaliando se vão denunciar.
“Quem sofre com isso acaba se sentindo muito insegura. Elas falam que esse caso pesa porque fica a tatuagem no corpo. Cada vez que vê, passa tudo de novo pela cabeça”, contou.
A Polícia Civil informou que o caso está sob investigação da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Vitória e diligências estão sendo realizadas. Disse ainda que detalhes da investigação não serão divulgados, por enquanto.
Quem desejar denunciar, pode fazer em uma delegacia de atendimento à mulher, através do Disque-Denúncia 181, que também possui um site onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas, o disquedenuncia181.es.gov.br.
O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas.
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Fonte: Tribuna on-line